Projeto "De Mãos Dadas Com a África"

Nkadayo e Maria

Escolas para Crianças Carentes
Promove e apóia a educação básica

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Quem Somos

Raul Antonio Fagundes Valls

Caros amigos,

Entendo que ademais da carga genética e da influência do meio, somos fortemente influenciados pelo modelo e o exemplo de quem desde os tenros anos nos mostrou o caminho. Levei tempo para encontrar o meu, e hoje, engajado em projetos de ajuda aos mais necessitados, tenho certeza que o espírito humanitário de meus pais, foi fundamental pelo meu amadurecimento como médico e como cidadão.

Treze anos atrás, escrevia em um livro sobre viagens: “Que bom se pudesse ter um amigo em canto da terra!” Era o afloramento de um espírito universal e de uma personalidade sensitiva.

Viajo há 42 anos, e sempre o ser humano, em suas mais simples expressões, foi o foco de meu interesse. Viajar foi sempre uma paixão para mim. É óbvio, que viajei por prazer, mas meu verdadeiro interesse era conhecer novas culturas e os seres humanos que compartem o planeta conosco.

A vida foi generosa comigo e é chegada a hora de retribuir, com ações que ajudem a transformar o destino de tantas crianças que nunca tiveram a oportunidade de mostrar suas potencialidades.

Ultimamente tive a feliz oportunidade de conhecer pessoas que estão focadas em ajudar. Em minha recente viagem à África, acompanhado por dois jovens universitários, lideres da Comunidade Maasai, de Lenkisem, localizada numa região remota do Kenya, África Oriental, iniciei um trabalho de ajuda ao hospital da Missão Católica das Irmãs de Fátima e contribui com material esportivo para as crianças, junto com o departamento de Marketing do Sport Clube Internacional. Acredito que o esporte é uma das mais importantes formas de quebrar barreiras culturais, políticas e religiosas, ademais, a facilitação da prática esportiva, pode ser uma forma de inclusão social, aproveitando o grande potencial esportivo dos africanos.

A convivência com os Maasai, vivendo seu cotidiano, fez-me sentir a dura realidade de uma das culturas mais originais do planeta. Nesse convívio aprendi a apreciar profundamente as tradições e os desafios que a vida oferece no continente.

Sensibilizou-me a imagem de centenas de crianças em idade pré-escolar, dando seus primeiros passos no aprendizado do inglês, debaixo de uma árvore e o sítio cercado de espinhos para resguardar-las dos predadores. Visitando seu pequeno hospital pude comprovar também a grande incidência de doenças infecto contagiosas como Aids,Tuberculose e Malária.

Retornei, com o firme propósito de realizar o que estiver a meu alcance, para, junto a meus companheiros, mostrar a triste realidade que vivem essas comunidades, e conseguir recursos, através de um movimento conjunto com Clubes de Serviço, Meios de Comunicação, ONGs, Governo e pessoas que se interessem em participar, para a construção de uma pequena escola, onde as crianças tenham pelo menos a oportunidade de estudar. É a única forma, que no futuro, consigam sair do gueto que as condena a um destino tão cruel.

Junto com o jornalista e fotógrafo argentino, Justo Casal, criamos o Projeto “De Mãos Dadas Com A África” – escolas para crianças carentes. Espero que apelando para os mais nobres sentimentos do ser humano possamos angariar esses recursos, e dar a oportunidade dessas crianças, estudarem e decidir sobre seu futuro.

Este é só o começo. Que bom seria que as pequenas escolas se sucedessem, ano após ano! Para esse tipo de empreendimento se necessita doação, fé e muita esperança e tenho certeza que todos os envolvidos no Projeto são pessoas de garra e determinação em seus projetos de vida.

Trabalhando há quarenta e dois anos como pediatra do SUS, acompanhei o envolvimento cada vez maior e melhor dos governos na gestão dos problemas sociais. Sei que em nosso país, não está tudo resolvido. Temos um longo caminho por recorrer, mas vivemos num país rico e a cada dia, surgem novos projetos de inclusão social (Bolsa Família - Minha casa, Minha Vida - Luz para Todos, Merenda Escolar - Brasil Sorridente – Projeto Infância Melhor), e ademais, entendo que é um dever que nós brasileiros temos de resgatar com o Continente Africano.

Para trabalhar em ajuda humanitária devemos despojar-nos de diferenças ideológicas e querelas pessoais, de ambas as partes, e estarmos com a mente e o coração abertos para dar e receber.

Lendo recente artigo do presidente do Rotary International, Sr. Ray Klinginsmith, que estimula os rotarianos a ajudarem os povos da África, sentimos que estamos no caminho certo e dentro do possível tentaremos engajar o maior número possível de segmentos da sociedade brasileira.

Raul Antonio Fagundes Valls


Os Maasai

Na foto: Dois membros do Grupo de Jovens de Lenkisen, Daniel e John, meus acompanhantes, com um Maasai idoso.

Nós somos um grupo de jovens Maasai, que tem como objetivo o bem estar e o futuro de nosso povo em Lenkisem, especialmente as mulheres e as crianças.

Queremos preservar nossa cultura e mostrá-la ao mundo, mas ao mesmo tempo envolve-la no pensamento e as demandas do século 21.

Visitando nossa Boma (Vila) Cultural, você estará ajudando nossa comunidade a manter as tradições vivas e ao mesmo tempo dando-nos sustentação.

Todos vocês são muito bem-vindos a nossa vila, onde nós prometemos uma gratificante e inesquecível experiência intercultural.

Lenkisem “Charity” Cultural Boma
info@casalpix.com


Justo Casal

LLM International Human Rights 2006 (Aluno do ano 2010: Engajamento e Liderança Comunitária)
Entrevista para a Universidade de Birmimghan

Justo trabalha como foto-jornalista e voluntário em algumas das regiões mais remotas do mundo. Ele se dedica a mostrar ao mundo as agressões aos direitos humanos e até a data, tem sido divulgado pela CNN, BBCe New York Times.

A paixão de Justo pelos direitos humanos surge de sua infância enquanto viajava com seus pais por alguns dos países mais pobres do mundo.

“Tudo mudou, minhas prioridades e meu jeito de vida mudaram Meu avô foi e meu pai são diplomatas Eles me ensinaram que não é o título que nos faz importante, é você que faz o título importante e você deve agir de acordo. Ensinaram-me que todos somos iguais”.

Convicto da necessidade de fazer a diferença, Justo começou sua carreira de jornalismo, em 1998, antes de se mudar para o Quênia. Lá ele estudou Relações Internacionais na Universidade Internacional. “Eu queria tirar proveito das minhas vivências. Se você não compartilhar sua experiência com os outros ela perde sentido. Foi com o intuito de chegar a mais pessoas que eu escolhi o jornalismo”. Em 2006, querendo adquirir uma compreensão mais profunda dos assuntos humanitários, Justo cursou o Master em Direitos Humanos Internacional na Universidade de Birminghan. Durante o curso ele escreveu uma dissertação sobre a repatriação de refugiados que ia de seu país de asilo, Guinea, para o país de origem, Libéria. Seu interesse era investigar até que ponto os cuidados das crianças estavam sendo monitorados pelas organizações internacionais trabalhando na região.

“É muito importante conhecer a teoria dos direitos humanos e como as pessoas a percebem. As pessoas da África precisam alimentar o estomago antes que a mente.Eles estão mais interessados em ter acesso a saúde e o direito a alimentação. Uma vez que você entende isso, você pode dar início a uma solução”.

Justo trabalha com as Nações Unidas, onde ele tem uma participação chave no reassentamento de mais de mil refugiados. “Eu trabalhei para a UNHCR num programa de reassentamento no Campo de Refugiados de Dadaab, onde os refugiados eram da Somália. Eu estava a cargo de refugiados que não tinha escolha a não ser sair do própio país. Eu ajudei em torno de 12.000 pessoas a ter uma vida melhor”.

Ele ajudou a filmar um documentário sobre “female genital mutilation”, onde parte foi mostrado pela CNN. “Nós estamos mudando a maneira das pessoas verem a mutilação feminina, mas a mudança tem que acontecer através da comunidade. É muito importante que as jovens entendam e nós fazemos isso através da educação.”

Outras obras de Justo incluem a construção de uma escola para pré-escolares no Kenia e trabalhos como voluntário, trazendo através do turismo a verba tão necessária para esses remotos lugares da África.“Eu organizo experiências com voluntários no Kenia visitando tribos, tais como os Maasai e Pokot, tribos minoritárias que se encontram em lugares isolados e remotos. Eu não quero que se torne algo muito comercial , mas quero que tenham orgulho de sua comunidade. Mesmo sendo pobres, sua cultura é muito rica. Você se sente tocado pela dor desse povo”.Por agora, Justo dedica-se a influenciar as políticas através de suas fotos, mas no futuro ele poderia muito bem ser o implementador dessas políticas.

“Nesse momento eu gosto de estar no centro desse mundo tirando fotos. É dessa forma que eu posso influenciar as pessoas que formam as políticas. Talvez, em dez anos, com minha experiência em nível de campo, estarei mais envolvido em câmbios políticos. Este prêmio me deu a força para seguir trabalhando pelos mais necessitados e esquecidos da sociedade.”

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