Situadas na Europa Central, nasceram nos anos 90 do desmembramento da Tchecoslováquia. Os tchecos habitam os dois terços ocidentais do antigo país, formado pela Boêmia e Morávia; o restante do país é a Eslováquia. A República Tcheca é uma região de densas florestas, enquanto a maioria do território eslovaco está ocupada pela cadeia dos Montes Cárpatos (a segunda mais longa da Europa, depois dos Alpes). Os eslovacos são agricultores e silvicultores, já os tchecos são famosos por sua habilidade industrial, o qual os colocou entre os dez países mais industrializados do mundo antes da Segunda Guerra Mundial. Um dado para ressaltar é que em 1945, com o final da guerra ou um pouco antes, a Europa tinha uma economia eminentemente agro-pastoril; somente eram industrializados a Inglaterra, a Bélgica e a Tchecoslováquia. Atualmente é uma das economias mais desenvolvidas do extinto bloco socialista. Há apenas dois anos no Mercado Comum Europeu já ultrapassou a economia de Portugal. Os tchecos são loucos por cerveja e os eslovacos preferem vinho. Ambos são povos eslavos, oriundos do norte dos Cárpatos, como os ucranianos, bielorussos, russos, poloneses, eslovenos, croatas, bósnios, montenegrinos, búlgaros, romenos, sérvios e macedônios.
Seus territórios fizeram parte do Sacro Império Romano-Germânico e depois do Império Austro-Húngaro.
Os tchecos produzem os famosos cristais da Bohêmia, alimentos (exportam trigo), eletrodomésticos, bebidas (a cerveja checa tem tradição milenar e é considerada uma das melhores do mundo). O automóvel Skoda é fabricado há 102 anos e hoje faz parte da Volkswagen. Em Brno são fabricadas as metralhadoras Uzi.
Com mais de mil anos de historia, a capital checa, resistiu ilesa da II Guerra Mundial e após 40 anos de comunismo, ressurgiu na década de 80, atraindo viajantes, artistas e intelectuais do mundo inteiro. Suas ruelas escuras e românticas, seus becos e arcadas, suas torres e cúpulas esverdeadas pelo tempo serviram e servem de inspiração para viajantes em busca de magia. E ela é uma cidade de pura magia. Praga seduz a todos que a visitam.
Considerada uma das mais encantadoras cidades do Velho Mundo, tornou-se um tradicional centro de cultura e artes. Seus museus, galerias, teatros e salas de concerto difundem até hoje a cultura. Era tão valorizada pelos artistas e um cenário tão inspirador que levou Mozart a estrear, em 1887, sua ópera Don Giovanni, fora da terra natal (quem viu o filme Amadeus, de Milos Forman, identificará alguns detalhes do interior do Teatro Nacional). Foi também berço de um dos mais famosos escritores de sua época, Franz Kafka.
Construída sobre sete colinas, debruçasse serenamente a ambos os lados do rio Moldava (Vltava). Olhando do alto da torre da Catedral de San Vito, o que se vê é sem dúvida uma das mais belas vistas da Europa: o Castelo que foi residência de antigos reis; o casario medieval com a simetria de seus tetos vermelhos; o rio Moldava com suas águas tranqüilas cheias de barcos; e a Ponte Carlos (karluv most - o símbolo mais querido de seus habitantes) decorada com estátuas barrocas.
Ao entardecer, a Ponte Carlos era nosso point favorito. Lá, é onde todos se encontram para apreciar aos músicos ambulantes, pintores e artesãos. Quando o Brasil foi descoberto a famosa ponte já existia e Praga já possuía sua universidade (Universidade Carolíngia). É toda uma história dedicada à cultura. A antiga ponte une a Pequena Cidade (Mála Strana) à Velha Cidade (Stáre Mesto), onde se concentra a maioria dos prédios históricos. Em sua arquitetura, catedrais góticas, palácios barrocos e edifícios art nouveau se misturam com harmonia. Por todos esses atributos seu Centro Histórico foi decretado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Estávamos em pleno verão e o leste europeu explodia em comemorações pelo jubileu (250 anos) de nascimento do genial Wolfang Amadeus Mozart. Cartazes espalhados pela cidade anunciavam a apresentação da ópera Don Giovanni, no Teatro Estatal, local original de sua primeira apresentação. Nosso guia descolou duas entradas de última hora e como minha equipagem se havia extraviado, encarei o espetáculo de jeans, botinas bem escovadas e uma bonita gravata Valentino que a Alitália brindou-me por um atendimento feito a bordo. A oportunidade era única e não podíamos desperdiçá-la. Depois de apreciar um espetáculo de tal envergadura, continuamos a descobrir aquela cidade cheia de encantos. Com meu colega Helinho, palmilhamos cada recanto dessa jóia medieval a pé, coisa que não tem preço, deixando-nos perder pela imaginação ou seguindo os passos dos conturbados personagens de Kafka, na Viela Dourada, com seus casebres antigos ou entre as Sinagogas do Bairro judeu de Josefof, onde o escritor morou. Em nosso último dia, almoçamos na Velha Praça, lugar turístico, é claro, mas rodeados de fachadas barrocas e de frente para a Igreja de Tyn e a Torre do Relógio. Cruzamos novamente a Ponte Carlos, de tão alegres lembranças e seguimos em direção ao Castelo. Subindo a colina, já no bairro Mála Strana (pequeno bairro), a região mais encantadora para se caminhar, com suas empinadas ruas de paralelepípedos, entre pequenas butiques, tradicionais pubs e charmosos restaurantes, localizados em antigas adegas, com excelente vista do rio Moldava, inúmeras vezes brindamos com a gostosa cerveja checa pelo êxito de nossa viagem. Esta era a Rota Real – o caminho percorrido pelos reis boêmios durante a coroação.
É interessante o contraste dos coloridos guarda-sóis dos cafés da praça com as fachadas barrocas.
O cortejo real continua através da rua Karlova adornada com casas medievais em cujos porões românicos e góticos se instalaram bares e cafés. Nesta rua se sucedem os palácios como o de Clam-Gallas, onde Mozart e Beethoven deram concertos – e algumas casas como a que se distingue com a insígnia da Serpente de Oro, reconhecida por ser o lugar onde um armênio abriu o primeiro café da cidade no século XVIII. A maioria das casas tinham insígnias para orientar os habitantes.
Torre da prefeitura e o relógio astronômico: localizada na Praça Velha alberga em sua torre o Relógio Astronômico que foi confeccionado em 1410 e que atrai uma grande quantidade de pessoas para ver as figuras dos apóstolos que se movimentam de hora em hora. Pode-se subir na torre de elevador. Excelente vista.
Igreja de Nossa Senhora de Tyn (Tynky Chrám): esta poderosa construção sobressai sobre os telhados da velha Praga. Em sua fachada sobressai uma imagem da virgem. A portada está rematada com dois campanários gêmeos que alcançam 80 metros de altura e estão coroados por pináculos e pequenas torres. É um dos maiores exemplos da arquitetura gótica e outro dos símbolos da cidade.
Igreja São Nicolas de Staré Mesto: obra mestra da arquitetura barroca foi construída no século XVIII.
Torre da Pólvora (Prasá Brána): foi usado como depósito de munições. Data do século XIII.
Palácio Goltz Kinský, de estilo barroco.
Bairro Judeu (Josefov): a poucos minutos da praça, leva este nome em homenagem ao imperador Francisco José, que fez algumas concessões à comunidade judaica.Forma uma verdadeira cidade dentro da mesma Praga. Data do século XV e contém 20000 sepulturas. Foi nesse gueto que nasceu Kafka e foi o ambiente que influenciou sua obra. Visitar o VELHO CEMITÉRIO e a VELHA SINAGOGA, uma das mais antigas edificações góticas de Praga (data de 1280). Os nazistas queriam transformar esse gueto em “Museu de uma raça extinguida”. O legado histórico desta parte da cidade é trágico e esperançoso.
Ponte Carlos (Karluv Most): é o símbolo mais amado da cidade Carlos IV a mandou construir em 1357. Com 520 metros de extensão, é a ponte medieval mais comprida da Europa. É uma galeria de esculturas ao ar livre, pois, está ornamentada com 30 estátuas barrocas que exaltam a romântica atmosfera de Praga. A estátua de São João Nepomuceno é a única de bronze e a de Santa Lutgarda é a de maior valor. Este é o lugar de encontro de músicos, artistas e vendedores ambulantes. É à noitinha, quando a névoa cai sobre o Moldava, que a gente jovem toma o lugar dos ambulantes para tocar canções bohêmias e música erudita. Quatorze pontes cortam o rio Moldava.
Torre de Staré Mesto: vigia a ponte pela margem direita. Data do século XIV. A elegante beleza dessa torre gótica esta realçada pela ornamentação com estatuas e esculturas.
Krizovnické Námesti: praça localizada na saída da ponte, Estátua de Carlos IV e templo jesuítico de São Salvador.
Castelo de praga: Localizado na colina do bairro Hradcany (tem mais de 7 hectares). Foi construído no século IX, sendo o núcleo inicial da cidade e o aspecto atual vem da reconstrução do séc. XVIII. É sede do governo desde 1918. Visite seus jardins.
Catedral de San Vito: construída no século XIV por Carlos IV, com o tempo outros estilos foram adicionados ao gótico. Magnífica rosácea.
Basílica de San Jorge: um dos melhores exemplos da arquitetura românica da Bohêmia - data do século XVII. Desativada como igreja, abriga uma coleção ímpar de arte tcheca.
Palácio Sternberk: acervo de seis séculos de arte européia.
Antigo Pálacio Real: troca de guarda. A vista panorâmica da cidade. desde o terraço do Castelo é espetacular.
Malá Strana (Cidade Pequena): com suas tavernas, cafeterias e cervejarias. É um prazer perder-se aqui, onde está a Rua Dourada (Slatá uliéka ou Rua das Alquimias), uma ruazinha estreita ladeada de pequenas casas coloridas construídas no século XVI (uma lenda diz que entre seus becos se descobriu como fabricar ouro). A casa de nº 22 foi onde o escritor Franz Kafka viveu por 2 anos e onde escreveu parte de seu livro Metamorfose.
Igreja de San Nicolas de Mala Strana: foi um igreja jesuítica e é um dos exemplos mais bem acabados do barroco na cidade.
Nové Mesto, Cidade Nova - Praça Venceslau – Vaklavské Námisti: é o centro comercial da capital tcheca e suas dimensões dão mais o aspecto de um boulevar parisiense. É a Times Square de Praga. Lá se situam hotéis famosos como o Hotel Europa (Tom Cruise se hospedou quando filmou Missão Impossível), restaurantes, cafés e galerias. Foi cenário de momentos dramáticos quando os tanques do Pacto de Varsóvia invadiram o país. Ao fundo da praça está o belo edifício do Museu Nacional- Národní Muzeum e a Estátua Eqüestre de San Venceslau (santo padroeiro).
Teatro Nacional (Stavoské Divadlo): este bonito edifício, de estilo neo-renascentista com seu reluzente teto de ouro, ergue-se na margem direita do rio Moldava. Wolfang Amadeus Mozart adorava essa cidade e era idolatrado por seus habitantes, o que contrastava com a frieza com que os austríacos o tratavam. O espírito de Mozart é quase palpável no Teatro Estatal, repleto de querubins, onde ele estreou e regeu sua ópera Don Geovanni em 1787.
O quê visitar: Grand Hotel Pupp, inaugurado em 1701 já foi um dos mais célebres hotéis da Europa. No seu livro de registros estão nomes ilustres como Goethe, Paganini e Freud.
Destaque: Castelo de Krumlov Hrad também chamado de Castelo Schwrzemberg (300 aposentos, data de 1316), foi durante 300 anos residência da dinastia Rozemberg, poderosa família que governou o reino da Bohêmia.
Catedral de San Vito: obra prima do gótico no sul da Bohêmia.
Explore caminhando cada recanto desse vilarejo de 15000 habitantes que foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1992.
É um dos lugares mais pitorescos da Europa.
A vila tem sua própria fábrica de cerveja, a Eggemberg - A Beer Hall (Rua Latrá, 27). Você pode provar a cerveja direto do barril.
Tornou-se palco de inúmeros eventos culturais de renome internacional (Festival de Música Antiga).