A Turquia e seus Estados antecessores foram uma ponte entre as culturas ocidental e oriental, e o centro de diversas grandes civilizações.
A República foi estabelecida em 1923, após o fim do Império Otomano. Atualmente, negocia sua adesão como membro pleno da Comunidade Européia.
Mustafá Kemal “Atatürk” (que significa pai dos turcos) foi o fundador da República e seu primeiro presidente, instituindo reformas abrangentes, com o objetivo de modernizar o país. Uma de suas mais importantes mudanças foi a adoção do alfabeto latino, propiciando uma mais fácil integração ao mundo ocidental, sem nunca deixar de ser uma república islâmica.
Quem não aprendeu na escola que Istambul era chamada de Contantinopla! Pertencia ao Império Romano Oriental, era o centro do planeta e por onde passavam as rotas dos tecidos e das especiarias vindas da Índia e da China! Quem durante a infância não viajou através dos relatos das Viagens de Marco Pólo e deleitou-se com histórias dos Sultões Otomanos e seus faustosos palácios! Esse era o mundo que eu queria desvendar. Esse mundo misterioso e fantasioso fazia parte de meu imaginário, na minha visão romântica.
Era a primeira vez que visitava um país da Ásia. Estendia minhas fronteiras para mares nunca antes navegados: Egeu, Mármara e Mar Negro. Iniciava uma caminhada em busca do longínquo Oriente.
A melhor forma que encontrei para harmonizar meus desejos de retornar com uma visão global da Turquia, foi, como sempre faço, um mix de turista formal e um gran finale de mochileiro. Tirei muito proveito dessa forma de viajar. Turquia Mágica se chamava o pacote que eu escolhera. Faríamos, eu e minha esposa Silvia, um percurso de ônibus pelas antigas cidades, fundadas pelos gregos, Troya, Efesus e Pérgamo. Um revival de milhares de anos de história. Tocaríamos o porto de Kusadasi, já no mar Egeu; a histórica cidade de Konia, do fundador da ordem dos dervixes rodopiantes, o monge Mevlana; a Capadóccia, com sua paisagem lunar única no mundo e com o passeio em balão sobre as rochas onde os cristãos se escondiam dos romanos. Culminaríamos em Pamukkale - castelos de algodão, em turco -, que é um conjunto de piscinas termais de origem calcária. Lugares imperdíveis para quem se interessa em conhecer os sítios mais fascinantes do planeta. Retornaríamos pela capital Ankara, onde se encontra o faustoso mausoléu de Mustafa kemal Ataturk - pai dos turcos - considerado o pai da Turquia Moderna e seu primeiro presidente. Finalmente, já livre da excursão, uma semana para curtir a nosso bel prazer Istambul, encruzilhada entre dois mundos tão distintos e centro das mais importantes civilizações que tantas coisas belas nos legaram.
Istambul, foi chamada também de Bizâncio, e hoje, no ano de 2010, foi uma das cidades européias escolhidas como Capital da Cultura. Exposições de todas as manifestações culturais estavam por todos os rincões da cidade. Istambul é um dos mais vibrantes destinos turísticos do momento. Apesar de seus 16 milhões de habitantes é uma cidade fácil para se orientar. Buscamos visitar suas mais importantes atrações através de seu eficiente e prático transporte público. Construída sobre quatorze colinas que se debruçam sobre o Bósforo, é uma cidade única, onde se pode iniciar o dia tomando o café da manhã num típico café turco no bairro de Erminonu, onde se localiza o porto, na Europa, e almoçar na Ásia, degustando uma das comidas mais sofisticadas e tão de moda no momento. A culinária local é uma das coisas que faz uma viagem à Turquia ainda mais especial.
O porto de Erminonu, meu lugar preferido para sentir o pulsar da cidade, fervilha de ferry boats, barcos de excursões e até enormes petroleiros que cruzam o Bósforo em direção do Mar Negro. É um atrativo para os turistas que lotam os restaurantes locados sob a ponte Gálata. Uma característica da zona e cartão postal da cidade é a quantidade de pescadores que tiram suas linhas de cima da ponte, com a imponente vista da Mesquita de Suleiman, com seus minaretes que apontam para o céu.
Istambul é pontilhada desses minaretes que ornamentam suas três mil mesquitas e a religião é muito importante para eles. O cântico melancólico do muezim corta as manhãs e as tardes da cidade, que desde a torre das mesquitas convoca os fieis a rezar. Outro lugar marcante e uma experiência inesquecível é subir à Torre Gálata (1348), de setenta metros de altura, e ter uma vista de 360 da capital turca.
Não pense que só vai encontrar mulheres escondendo seu rosto atrás de véus e burcas. As mulheres turcas se modernizaram, encurtaram suas saias e falando em seus modernos celulares se confundem com os turistas. Istambul se ocidentalizou com a globalização, e a decisão de Ataturk de adotar o uso do alfabeto latino para escrever o idioma turco, facilitou seu intercâmbio com a Cultura Ocidental.
Durante a viagem, um pouco cansados de escutar o guia falando de Troia, que era apenas uma sobreposição de camadas de um material calcário, fomos sentar-nos em um quiosque e tive a sorte de encontrar um livro do escritor turco, Orham Pamuk, prêmio Nobel de literatura 2006 - Istambul, Memories and the City -. Livro autobiográfico, que narra a infância do escritor e a ligação poética com sua cidade natal e berço de suas imaginações. Conta de sua juventude e das mudanças traumáticas que marcaram sua sensibilidade com a destruição dos magníficos palacetes da era dos sultões. A crítica literária internacional classifica a obra como “Um museu em prosa de uma cidade com o oeste em sua cabeça e o este em sua alma, e um estudo da alquimia entre o lugar e ele mesmo.” Ele busca a alma melancólica de sua cidade natal.
Como minha intenção era fotografar a cidade para uma futura exposição, com essas informações na mão, se tornou intrigante reconhecer esse viés melancólico que tanto fascinou ao escritor. Ele sentia essa dicotomia entre o passado mítico e faustoso dos sultões e a melancolia de uma cultura em decadência.
Identifiquei-me com as descrições de Pamuk, observando, ao amanhecer, o Mercado de Peixes, ao lado da Ponte Gálata; pessoas jogando gamão nas estreitas ruelas do distrito de Beiyoglu; a Praça Taksim, com seu antigo bonde e os antiquários das ruas que partem da Torre Gálata.
Começamos a desvendar Istambul através de um passeio em barco pelo Bósforo. Era o inicio de uma descoberta, a cada momento, mais surpreendente. Usamos o tradicional ferry, subindo o Bósforo, em direção do mar Negro. O recorrido da a possibilidade de descermos em inúmeros piers, uns na Europa, outros na Ásia, e calmamente, durante a viagem, podermos observar seus suntuosos palácios e os minaretes das inúmeras mesquitas. Optei por escolher um hotel no distrito de Sultanahmet, a parte antiga da cidade, e onde se encontram quase todos os sítios mais importantes para visitar. Sultanhamet é o coração de Istambul, onde surgiu a cidade há setecentos anos. O tram, moderno bonde da linha T1, passava justamente em frente ao hotel, e dali partíamos para o porto e a ponte Gálata – entrada do Corno de Ouro – para observar o mercado de peixes e a passagem dos grandes navios em direção do mar Negro.
Outras vezes, desde a Praça Taksim, Taksim Meydan, em turco, que é o local preferido para o início das manifestações políticas – quase sempre presentes em nossos noticiários internacionais - descia caminhando a rua para pedestres, Istikal Cadesi, o centro boêmio da cidade, até o final da linha e retornava no romântico bonde. Muitas vezes perdiamo-nos por suas transversais para iniciar a happy hour em um de seus alegres bares com música ao vivo e puffs sobre as calçadas.
Relato uma de nossas caminhadas pelas margens do Bosforo para visitar o Museu de Arte Moderna de Istambul e o Palácio de Dolmabahce, onde quatorze toneladas de ouro foram usadas para ornamentar os tetos do mesmo. Mustafa Kemal Ataturk, passou seus últimos dias nesse palácio, que hoje é um museu. Ao retornar do passeio fizemos uma parada obrigatória na doceria Gulluoglu, que vende desde 1871, as melhores baklavas da cidade – doce típico feito de massa folhada e que pode ser recheado de nozes, castanhas ou pistache e mel. Depois de deliciar-me com as baklavas, subia no bonde, que passava justamente em frente ao Grand Bazaar, e também em frente ao Cemberlitas Hammani –Spa ou banho turco -. Conforme o cansaço ou percorríamos as ruelas do colorido Grand Bazaar ou ia relaxar no Spa. O Cemberlitas , data de 1543, e foi construído pelo arquiteto Sinan o mesmo da Mesquita Suleiman. Era o arquiteto preferido dos sultões. Os banhos turcos têm um ritual que começa com uma sauna a vapor, seguido de esfoliação e massagem, culminando com o relaxamento sobre o mármore quente.
Guardamos fôlego para fazer o recorrido clássico na parte antiga da cidade, lado europeu - o Distrito de Sultanahmet - com a Mesquita Azul, Hagia Sofia, Palácio de Topkapi, as Cisternas de Yerebatan, Mercado das Especiarias e o Grand Bazaar. As obras arquitetônicas mais emblemáticas e ricas em história da cidade são a Mesquita Azul, construída em estilo clássico otomano é um triunfo da harmonia, da proporção e da elegância e a Igreja de Hagia Sofia – sabedoria sagrada, do grego -, considerada a oitava maravilha do mundo, merece o comentário que o Imperador Justiniano fez ao vê-la concluída: “Salomão, eu te superei!” referindo- se ao templo construído por Salomão em Jerusalém, no século X.
Essa riquíssima fusão de culturas, ao longo de sua história, transformou Istambul num fascinante destino com personalidade única. Após uma semana, recorrendo seus mais diferentes bairros, fiquei com uma impressão diferente do viés nostálgico que Orhan Pamuk descreve em seu livro. Istambul é uma cidade alegre, e seus habitantes sempre mostram um sorriso amigável. Adoram futebol e música, e são exímios galanteadores. Sentirei saudades do aroma que impregna seus mercados e o colorido de seus bazares. Deixei a mochila de lado e despedimo-nos de Istambul nas baladas em Ortakoy, no clube noturno Anjelique, com vista para a Mesquita e a ponte do Bósforo iluminada. Fiquei com um sentimento de quero mais.
O nostálgico bonde (Tram) na Praça Taksim
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Como tudo em um país essencialmente mercantil por cuja história passaram diversos conquistadores, a mesa turca espelha com harmonia uma infinidade de contrastes. A ela confluem elementos persas, árabes, gregos e balcânicos, sob forma de ingredientes muito frescos e esmerado preparo.
Pistache, damasco, figo, laranja, chá de maçã, queijo de cabra, kebab, sardinha fresca e robalo do Bósforo, fumegantes ensopados de carne e legumes, berinjela, nozes, mel, azeite, iogurte, suco de cereja, lentilha, sopa de peixe e pão sempre quente. E o melhor de tudo, BAKLAVAS – os levíssimos doces de massa folhada, delicada calda de açúcar com rosas e pistache moído.
Os queijos são, sobretudo de cabra, e o mais tradicional é o peynir (semelhante ao feta).
O café da manhã é muito oriental: pão, azeitonas, tomates, pepinos, queijo branco, mel e chá negro.
Os turcos gostam muito de sopa e todos os pratos são acompanhados com pão.
É comum durante o verão comer pratos frios como: alho porro com cenouras, pimentões verdes com arroz, frango com nozes e saladas de iogurte, cenoura ou berinjela.
Sobremesas: baklavas, pudim de arroz, pudim de chocolate, e frutas da estação como: cerejas, uvas, melão, pêssegos, maçãs, peras e laranjas.
Bebidas: bebem muita cerveja (a melhor é EFE), mas a bebida alcoólica mais popular é o Raki. Ele é feito de anis, servido em copos altos e se mistura com água e gelo.
Outra opção, um pouco mais cara é ficar na beira do Bósforo ou perto da Praça Taksim, no distrito de Beyoglu. Alojei-me no Hotel Barcelo Eresin Topkapi, no distrito de Sultanahmet.
A área de Sultanahmet é onde se concentram grande parte das atrações obrigatórias da cidade. Centro da cidade antiga, abriga, frente a frente, a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia (Hagia Sofia, que significa Sagrada Sabedoria).
A Sultan Ahmet Camii ou Mesquita Azul é o mais impotante santuário do Islão. A única com seis minaretes que a tornam real e prestigiosa. É considerado o monumento que melhor exprime a arte islâmica turca. Foi construída em 1609 por ordem do jovem sultão Ahmet I.
As ruas estreitas do distrito de Sultanahmet ainda mantêm o calçamento de paralelepípedo.
Santa Sofia, esplêndido monumento religioso, foi uma basílica, o santuário da Cristandade, tornando-se, depois, uma mesquita e, hoje, é um célebre museu.
Santa Sofia, Aya Sofya para os muçulmanos e Aghya Sfya para os bizantinos, é a maior obra de arte bizantina, cuja construção foi confiada, em 532, pelo Imperador Justiniano. Por engenheiros arquitetos: Antemio de Tralle e Isidoro de Mileto.
Hagia Sofia
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Hagia Sofia
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Hagia Sofia
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Hagia Sofia
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Yerebatan Saray, em turco, encontra-se próxima à Mesquita Azul e à Santa Sofia. Entra-se por uma pequena porta e após descer uns degraus aparece a sugestiva cisterna subterrânea. É iluminada, repleta de colunas com capitéis coríntios, precisamente trezentos e trinta e seis que sustentam o teto abobadado de tijolos. A cisterna possui quarenta metros de largura e cento e quarenta de comprimento. Caminhando sobre as passarelas, pode-se contorná-la toda, enquanto os peixes nadam na água. Foi construída por Justiniano entre os anos de 527 e 565.
O palácio, que significa Porta de Canhão, hoje é um museu e foi, por muitos séculos, residência oficial dos sultões.
O Topkapi Saray é circundado por altas muralhas e torres. Deste local, por quatrocentos anos os sultões governaram o Império. Ademais de todas suas obras arquitetônicas, a visita mais curiosa para nós ocidentais é a do Harém. No Ocidente, o Harém, ou “Casa da Felicidade” sempre suscitou fantasias como local de luxúria e de proibida volúpia. Na história, porém, através da literatura e pintura, mostrou-nos que o harém não era somente isto. A palavra árabe harém provem de harim, ou seja, espaço reservado somente a mulheres e crianças. Antes da religião islâmica, o harém já existia nos palácios assírios-babilõnios e egípcios.
Palacio Topkapi
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Palacio Topkapi, corredor para o harém
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O Grand Bazar é um dos maiores, mais sugestivos e coloridos mercados do mundo. Abre todos os dias até o por do sol, com exceção do domingo.
Num emaranhado de estreitas vielas e becos, como se fosse um labirinto são expostas as mais variadas mercadorias: jóias antigas, os mais variados tipos de tapetes, baixelas de cobre, peculiares objetos de cristal, livros antigos, todo tipo de vestimentas e até simples pingentes.
O Grand Bazar é uma estrutura quase milenar. Sempre foi um elemento característico do espírito, da índole, da iniciativa desse povo.
Contém quatro mil lojas, dois mil ateliês e mais de quinhentas bancas.
Poucas coisas traduzem tão bem o “estar na Turquia” quanto passear pelas intricadas ruelas dos bazares de Istambul.
Grand Bazar
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Grand Bazar
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Grand Bazar
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Religiosas com suas burkas fazendo compras no bazar
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Localizado de frente para o Bósforo, é uma tentação para quem gosta de comer ou cozinhar. Lá é possível receber lições de culinária preciosas, provar chás e doces exóticos.
Bazar Egípcio de Especiarias
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Bazar Egípcio de Especiarias
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A Torre foi construída ao redor de 528 A.C. Você pode subir ao topo (62 metros) e verá uma das mais belas vistas do Corno de Ouro e os minaretes das grandes mesquitas. Ela foi chamada de Grande Bastão pelos bizantinos e Torre de Jesus pelos genoveses.
Por muito tempo foi a única ponte que unia a cidade velha ao bairro multiétnico, onde conviviam hebreus sefarditas, ortodoxos, católicos, armênios, genoveses e venezianos com suas lojas ao lado do Bazr Egípcio. Está sempre apinhada de vendedores ambulantes, cheia de lojinhas e, principalmente, pescadores que vendem na rua o peixe fresco servido frito com um pedaço de pão: Balik Ekmek.
Mesquita de Sulheiman
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Mesquita de Sulheiman
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O palácio situa-se na margem européia do Bósforo: as palavras Dólmã – Bahçe significam “jardim repleto”. Tipicamente otomano, barroco e suntuoso, a parte externa é inteiramente revestida de mármore branco. A fachada é construída de frente para o mar. Foi a última residência dos sultões. Mustafá Kemal Ataturk, o pais dos turcos, viveu seus últimos dias no palácio.
É o local dos restaurantes mais genuínos e das tavernas, conhecidas como meyjanes. Istiklal Caddesi é o nome da rua principal de Beyoglu – o calçadão mais pop do país. Caminhe bastante por essa zona e terá uma idéia de como os Turcos vivem dia a dia. Essa rua é só para pedestres e começa na Praça Taksim, de onde parte para um curto trajeto o romântico tramway (bondinho). Você encontrará inúmeras passagens, como que escondidas. Uma dessas passagens é “Cicek Pasaji” ou “Passagem das Flores” construída em estilo rococó. Uma visita a Istambul não estará completa sem ver essa área.
Rua Stiklal Caddesi com o romântico bonde
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Vista típica de Istambul, com bares e cadeiras na rua
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O chá é a bebida oficial dos Turcos. Em qualquer lugar, a qualquer hora é hora de beber um chá. Na Turquia o chá não é tomado em xícaras e sim em charmosos copos de vidro. Existem dois tipos de chá a serem servidos: o chá forte (koyun çay) e o chá fraco (acik çay). Embora artificial, os turistas geralmente adoram o chá de maçã.
Outra pedida seria o famoso café Turco. Ele é feito cozinhando a borra de café e servido com a mesma.
Foto 29 (Narguile)
Os dervishes são os adeptos mais famosos do Sufismo, braço místico do Islamismo, e são fiéis a seu mestre, o poeta Mevlâna Celâleddin Rumi (1207). Mevlâna é um dos mais importantes poetas e pensadores do misticismo Turco-Islãmico. O nome da seita deriva de suf (lã em árabe) por conta de os primeiros sufistas terem feito voto de pobreza e usarem roupas ásperas desse tipo de pêlo. Mevlâna era filho de uma família que abandonou suas terras devido a invasão dos Mongóis e se instalaram em Konya, onde haviam sido muito bem recebidos. Konya (sultanato Selyúcida) é a pátria do Sufismo, que daqui foi difundido a partir do século XIII pelo místico poeta persa Mevlãna. Ele dava aulas nas madrassas (escolas corãnicas) e pregava a tolerância entre as pessoas e suas religiões (em Konya, no século XIII, os Muçulmanos conviviam em harmonia com cristãos e judeus). As diferenças sócio-culturais onde o Islam nasceu e se estendeu (Egito, Iraque, Irâ e Síria), fez com que a religião se interpretara de diversas maneiras, dando início a diversas correntes místicas e a numerosas irmandades. Acreditam que a dança, chamada Sema, promove comunhão direta e em êxtase com Alá. Ela, em sentido místico, simboliza o amor divino, a exaltação, o caminho para chegar a Deus. O espetáculo da Sema foi considerado pela Unesco como Patrimônio Cultural importante que preservar.
Mevlâna morreu ao entardecer (1273), justo quando o sol tingia de vermelho os céus de Konya. Por esse motivo o lugar moral da maior autoridade que simboliza a união com Deus é de cor vermelha.
Mevlâna pronunciou sete famosas mensagens a toda a humanidade:
Assisti os dervishes rodopiantes em uma manifestação pública na estação de trem de Sirkeci, erguida em 1889, para receber os passageiros do Expresso do Oriente, que na viagem inaugural fez o trajeto Paris-Istambul. Tive também uma segunda oportunidade de rever o espetáculo em Goreme, na Capadoccia.
Como se planassem no ar, seis bailarinos, vestindo saias rodadas, coletes de lã e chapéus cônicos em tons pastéis, cruzam os braços diante do peito e começam a incorporar falas de uma oração, embalados por uma música hipnótica. De repente, entram em transe e não param de rodar.
Ataturk tinha uma visão bastante ampla do papel da mulher na sociedade para sua época (1923).